terça-feira, 11 de agosto de 2015

Por que guardamos coisas?



Aquele presente que não curti muito, um porta retrato que estou decidindo que foto e onde colocar, aquela lembrancinha, os pratos que estou guardando para quando o Papa Francisco vier jantar em casa, aquela vela tão bonita que fica guardada e tenho dó de acender, o jogo de xícaras que espera a visita da Rainha Elizabeth, panos de prato, toalhas, quadros esperando um lugar para serem pendurados, canetas, papéis, roupas esperando uma ocasião, ou pior, esperando o resultado da dieta que nunca começa...e por aí vai a lista de coisas que acumulo, me apego e não tenho coragem nem de usar, nem de passar adiante!

Pode ser que você pense: “Vai que...”, “Posso precisar um dia”, “É que eu me lembro de...”, “Quem guarda tem”, etc.

Enquanto isso as coisas e a energia estão lá, paradas, estagnadas, impedindo a entrada do novo em sua vida.

Será que você acredita que não merece o novo, o bonito, o útil? Acha que faltarão recursos para o amanhã?

O que você não usou há tanto tempo pode ser de grande utilidade para alguém “agora”!

Acredito que não seja tão fácil se desfazer das “coisas”, principalmente as que têm um valor sentimental, que trazem boas lembranças. Talvez seja mais simples deixá-las onde estão do que colocar tudo em uma caixa e dizer adeus.

Às vezes tentamos preencher um vazio existencial com “coisas”, como se elas definissem nossa história e quem somos.

Lembro-me de uma história contada por uma amiga querida. Disse minha amiga que sua sogra tinha toalhas de linho português, lençóis bordados por freiras espanholas, guardanapos de seda chinesa, tudo guardado dentro de um baú e que ninguém se atrevia a usar...pois eram peças caríssimas e esperavam uma ocasião à altura para serem usados. Claro que um dia a tal senhora morreu e quando abriram o baú, tudo estava comido por traças, se desfazendo...e tristemente tudo foi direto para o lixo!

Já ouvi algumas dicas sobre como organizar, limpar, arrumar e doar o que não faz sentido guardar. Quero compartilhar com vocês:

- Estabeleça limites. Se você tem sacos plásticos, vidros de azeitona, papéis de presente, entre outras coisas. Qual a quantidade que necessita?
- Pense no tempo em que as coisas estão guardadas e você só lembra quando mexe naquele lugar. Quanto tempo mais você precisa?
- Reflita onde está a tua memória. Será que está nos objetos?

Não acredito que as coisas, nem que os objetos em si estancam nossa vida, mas sim a crença que reforça a atitude.

Vamos abrir espaço para o novo? Fazer circular os objetos e a energia?

Vamos desapegar e permitir que outra pessoa encontre alegria e novos significados naquilo que já teve sua vida útil conosco.


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